Resisti ao Diabo - Tiago 4.7
A libertação demoníaca não aparece fora de Mateus, Marcos, Lucas e Atos. Nesta lição consideraremos somente os destaques dos textos marcantes desde Romanos até Apocalipse, que se referem a Satanás, aos seus ataques, ameaças e o tipo de escravidão que ele procura estabelecer e como poderemos lutar contra ele.
1- AS EPÍSTOLAS E O MAL CIRCUNSTANCIAL
As epístolas focalizam abundantemente a guerra contra o mal moral — o poder de Satanás para nos enganar. Em vários trechos, as epístolas relacionam Satanás e seus demônios ao mal circunstancial, como fontes de sofrimento, tormento e morte.
Em Hebreus 2.14, o diabo é citado como alguém que tinha o poder de morte, mas foi tornado sem poder pela cruz e ressurreição de Cristo por aqueles que vivem por fé. A capacidade de Satanás de aterrorizar as pessoas como supremo mal circunstancial foi anulada.
Em duas passagens que tratam de disciplina na igreja, Paulo refere-se às pessoas que são "entregues a Satanás" (ICo 5.5; lTm 1.20). Longe de serem libertos de seus demônios, os rebeldes são entregues ao diabo.
Ser expulso do corpo de Cristo sujeita uma pessoa aos terrores da morte e da acusação e à exclusão da congregação da luz. Ambas as passagens indicam o corretivo, um propósito didático para libertar alguém de Satanás. Isso não ocorre com intenções punitivas, mas disciplinares: "a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor" e "a fim de não mais blasfemarem".
Mas, ocasionalmente, a Bíblia apresenta intenções punitivas em passagens sobre o julgamento final (Ap 18). Há uma passagem em que Paulo fala de Satanás impedi-lo de visitar os crentes em Tessalônica (lTs 2.18). Pelo contexto, parece que Paulo queria dizer que Satanás incitou inimigos do evangelho, que lhe criaram dificuldades, retardando seus planos para o avanço do evangelho.
Muitos argumentam que "o espinho na carne, mensageiro de Satanás para esbofetear" (2Co 12.7) de Paulo é um caso de ocorrência de sofrimento induzido pelo demônio. Esse espinho era, provavelmente, uma enfermidade — talvez o problema aludido por Paulo em Gálatas 4.13-15.
Isso reforça o que já foi dito, que mensageiros de Satanás são particularmente associados com sofrimentos físicos, embora, no caso de Paulo, este sofrimento não tenha associação com algum mal moral. Na verdade tal sofrimento foi usado por Deus para proteger o apóstolo do mal moral. Ao falar do mensageiro de Satanás, o texto tem conotação de sofrimento, fraqueza, maus-tratos, aflição e dificuldade - não de pecado.
Satanás atacou, porém em nenhuma ocasião Paulo recorreu à expulsão demoníaca de si mesmo. Essas aflições o mantiveram humilde e dependente de Deus.
Ele orou pelo poder de Deus para curá-lo; Deus respondeu "não", instruindo Paulo a respeito de seus propósitos maiores. As epístolas sempre abordam o mal circunstancial sem recorrer ao MME .
2 - AS EPÍSTOLAS E O MAL MORAL
As epístolas concentram sua atenção sobre o que chamamos propriamente de batalha espiritual: nossa vulnerabilidade em sermos, cativados por Satanás para crermos em suas mentiras e fazermos a sua vontade.
Elas apresentam o mal moral como uma trança com três fios: o mundo, a carne e o diabo. Nossa situação social nos entretém num fluxo de enganos e ameaças; nosso próprio coração é atraído por mentiras e concupiscências; o diabo conspira para agravar o pecado e a incredulidade.
O mal moral é também monolítico. A Bíblia distingui os três ramos do mal monolítico sem dividi-los e nunca ensina que nós temos três tipos de problemas diferentes: um problema chamado mundo, outro chamado carne e outro chamado "espiritual".
O MME direciona problemas "espirituais" para uma categoria especial. Para problemas normais, o diabo quase não faz nada; para problemas sobrenaturais, o mundo e a carne quase não fazem nada. Então, os problemas "espirituais" exigem a expulsão demoníaca.
Esse é outro problema que os defensores do MME defendem, isto é, que ao ser identificada a presença do invasor, Satanás, deve-se recorrer apressadamente à expulsão do demônio.
Eles defendem a prática respaldados pelos Evangelhos e o livro de Atos, mas não enxergam a atuação sutil de Satanás no mundo e por meio da carne, que estão sempre unidos. Esse ensino é claramente apresentado nas epístolas, bem como o modo certo do combate espiritual.
Não somente o mundo, a carne e o diabo aparecem em conjunto, mas a Bíblia os apresenta, sempre, em equilíbrio, cuidadosamente elaborado. Dos três, Deus focaliza primeiramente a carne: o coração humano e sua vulnerabilidade para o mal. Assim, somos chamados para um autoconhecimento radical diante do evangelho da graça de Cristo.
A partir disso conhecemos a nossa corrupção, engano e depravação de nosso coração, mãos e línguas. Somos convidados a conhecer a Deus, em comunhão com nossos irmãos e irmãs resgatados pelo sangue de Jesus. As Escrituras são endereçadas às pessoas, e não aos demônios.
Com a humanidade responsável no centro do palco, o mundo exibe um elenco de vilões coadjuvantes, juntamente com adereços e cenário. O mundo provê as situações que revelam e testam o caráter dos protagonistas.
As Escrituras focalizam os falsos mestres que desencaminham os outros pela palavra e pelo exemplo, e também os inimigos que oprimem e ferem os outros. O mundo compreende objetos materiais e pessoas: ídolos materiais, dinheiro e bens, figuras e imagens e incontáveis tipos de criações tecnológicas.
Quando damos uma olhada nos bastidores, vemos o diabo, que aparece com mais frequência do que no Antigo Testamento, mas ainda se encontra, distintamente, por trás das cenas. Praticamente, cada epístola o menciona uma ou duas vezes.
Ele é o tentador, acusador e enganador cujo objetivo é o domínio moral. Ele é o assassino em série de todos quantos consegue alistar a seu serviço; ele mataria os santos, se pudesse. Combater esse adversário é combater simultaneamente o mundo e a carne.
A malícia de Satanás anima o mundo e produz e seduz o coração, tornando os homens menos do que responsáveis por sua iniquidade. Combater a conformidade e a benevolência com o mundo é combater Satanás. Combater o erro da mentira e a concupiscência da carne é combater Satanás.
As epístolas mostram métodos de ministério e vida que se dedicam a aspectos complementares do mal: as pressões do mundo, as concupiscências da carne e as atividades do inimigo. Examinaremos três passagens que revelam a presença do diabo:
a) Diante de mentiras, "resisti" (Ef 6.10-20)
Efésios enfatiza principalmente os ataques de decepção que obscurecem e endurecem as pessoas. Satanás estabelece seu domínio moral especialmente por meio de mentiras. Suas mentiras recorrem a velhos anseios: autonomia, prazer, poder, farisaísmo, conhecimento, glória, amor e pensamento.
A intensidade de nossa escravidão moral ao mestre no domínio da velha natureza dificilmente pode ser exagerada. Cada intento dos pensamentos de nosso coração está continuamente dirigido para o mal, conforme mostra Efésios 6.10-20.
Em primeiro lugar, Efésios 6.10-20 não introduz o assunto batalha espiritual na carta de Paulo. Antes, soma e cristaliza em imagem vívida aquilo que Paulo ensina por meio de toda a carta aos Efésios.
Resisti ao Diabo
Tiago 4.7
A libertação demoníaca não aparece fora de Mateus, Marcos, Lucas e Atos. Nesta lição consideraremos somente os destaques dos textos marcantes desde Romanos até Apocalipse, que se referem a Satanás, aos seus ataques, ameaças e o tipo de escravidão que ele procura estabelecer e como poderemos lutar contra ele.
1- AS EPÍSTOLAS E O MAL CIRCUNSTANCIAL
As epístolas focalizam abundantemente a guerra contra o mal moral — o poder de Satanás para nos enganar. Em vários trechos, as epístolas relacionam Satanás e seus demônios ao mal circunstancial, como fontes de sofrimento, tormento e morte.
Em Hebreus 2.14, o diabo é citado como alguém que tinha o poder de morte, mas foi tornado sem poder pela cruz e ressurreição de Cristo por aqueles que vivem por fé. A capacidade de Satanás de aterrorizar as pessoas como supremo mal circunstancial foi anulada.
Em duas passagens que tratam de disciplina na igreja, Paulo refere-se às pessoas que são "entregues a Satanás" (ICo 5.5; lTm 1.20). Longe de serem libertos de seus demônios, os rebeldes são entregues ao diabo.
Ser expulso do corpo de Cristo sujeita uma pessoa aos terrores da morte e da acusação e à exclusão da congregação da luz. Ambas as passagens indicam o corretivo, um propósito didático para libertar alguém de Satanás. Isso não ocorre com intenções punitivas, mas disciplinares: "a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor" e "a fim de não mais blasfemarem".
Mas, ocasionalmente, a Bíblia apresenta intenções punitivas em passagens sobre o julgamento final (Ap 18). Há uma passagem em que Paulo fala de Satanás impedi-lo de visitar os crentes em Tessalônica (lTs 2.18). Pelo contexto, parece que Paulo queria dizer que Satanás incitou inimigos do evangelho, que lhe criaram dificuldades, retardando seus planos para o avanço do evangelho.
Muitos argumentam que "o espinho na carne, mensageiro de Satanás para esbofetear" (2Co 12.7) de Paulo é um caso de ocorrência de sofrimento induzido pelo demônio. Esse espinho era, provavelmente, uma enfermidade — talvez o problema aludido por Paulo em Gálatas 4.13-15.
Isso reforça o que já foi dito, que mensageiros de Satanás são particularmente associados com sofrimentos físicos, embora, no caso de Paulo, este sofrimento não tenha associação com algum mal moral. Na verdade tal sofrimento foi usado por Deus para proteger o apóstolo do mal moral. Ao falar do mensageiro de Satanás, o texto tem conotação de sofrimento, fraqueza, maus-tratos, aflição e dificuldade - não de pecado.
Satanás atacou, porém em nenhuma ocasião Paulo recorreu à expulsão demoníaca de si mesmo. Essas aflições o mantiveram humilde e dependente de Deus.
Ele orou pelo poder de Deus para curá-lo; Deus respondeu "não", instruindo Paulo a respeito de seus propósitos maiores. As epístolas sempre abordam o mal circunstancial sem recorrer ao MME .
2 - AS EPÍSTOLAS E O MAL MORAL
As epístolas concentram sua atenção sobre o que chamamos propriamente de batalha espiritual: nossa vulnerabilidade em sermos, cativados por Satanás para crermos em suas mentiras e fazermos a sua vontade.
Elas apresentam o mal moral como uma trança com três fios: o mundo, a carne e o diabo. Nossa situação social nos entretém num fluxo de enganos e ameaças; nosso próprio coração é atraído por mentiras e concupiscências; o diabo conspira para agravar o pecado e a incredulidade.
O mal moral é também monolítico. A Bíblia distingui os três ramos do mal monolítico sem dividi-los e nunca ensina que nós temos três tipos de problemas diferentes: um problema chamado mundo, outro chamado carne e outro chamado "espiritual".
O MME direciona problemas "espirituais" para uma categoria especial. Para problemas normais, o diabo quase não faz nada; para problemas sobrenaturais, o mundo e a carne quase não fazem nada. Então, os problemas "espirituais" exigem a expulsão demoníaca.
Esse é outro problema que os defensores do MME defendem, isto é, que ao ser identificada a presença do invasor, Satanás, deve-se recorrer apressadamente à expulsão do demônio.
Eles defendem a prática respaldados pelos Evangelhos e o livro de Atos, mas não enxergam a atuação sutil de Satanás no mundo e por meio da carne, que estão sempre unidos. Esse ensino é claramente apresentado nas epístolas, bem como o modo certo do combate espiritual.
Não somente o mundo, a carne e o diabo aparecem em conjunto, mas a Bíblia os apresenta, sempre, em equilíbrio, cuidadosamente elaborado. Dos três, Deus focaliza primeiramente a carne: o coração humano e sua vulnerabilidade para o mal. Assim, somos chamados para um autoconhecimento radical diante do evangelho da graça de Cristo.
A partir disso conhecemos a nossa corrupção, engano e depravação de nosso coração, mãos e línguas. Somos convidados a conhecer a Deus, em comunhão com nossos irmãos e irmãs resgatados pelo sangue de Jesus. As Escrituras são endereçadas às pessoas, e não aos demônios.
Com a humanidade responsável no centro do palco, o mundo exibe um elenco de vilões coadjuvantes, juntamente com adereços e cenário. O mundo provê as situações que revelam e testam o caráter dos protagonistas.
As Escrituras focalizam os falsos mestres que desencaminham os outros pela palavra e pelo exemplo, e também os inimigos que oprimem e ferem os outros. O mundo compreende objetos materiais e pessoas: ídolos materiais, dinheiro e bens, figuras e imagens e incontáveis tipos de criações tecnológicas.
Quando damos uma olhada nos bastidores, vemos o diabo, que aparece com mais frequência do que no Antigo Testamento, mas ainda se encontra, distintamente, por trás das cenas. Praticamente, cada epístola o menciona uma ou duas vezes.
Ele é o tentador, acusador e enganador cujo objetivo é o domínio moral. Ele é o assassino em série de todos quantos consegue alistar a seu serviço; ele mataria os santos, se pudesse. Combater esse adversário é combater simultaneamente o mundo e a carne.
A malícia de Satanás anima o mundo e produz e seduz o coração, tornando os homens menos do que responsáveis por sua iniquidade. Combater a conformidade e a benevolência com o mundo é combater Satanás. Combater o erro da mentira e a concupiscência da carne é combater Satanás.
As epístolas mostram métodos de ministério e vida que se dedicam a aspectos complementares do mal: as pressões do mundo, as concupiscências da carne e as atividades do inimigo. Examinaremos três passagens que revelam a presença do diabo:
a) Diante de mentiras, "resisti" (Ef 6.10-20)
Efésios enfatiza principalmente os ataques de decepção que obscurecem e endurecem as pessoas. Satanás estabelece seu domínio moral especialmente por meio de mentiras. Suas mentiras recorrem a velhos anseios: autonomia, prazer, poder, farisaísmo, conhecimento, glória, amor e pensamento.
A intensidade de nossa escravidão moral ao mestre no domínio da velha natureza dificilmente pode ser exagerada. Cada intento dos pensamentos de nosso coração está continuamente dirigido para o mal, conforme mostra Efésios 6.10-20.
Em primeiro lugar, Efésios 6.10-20 não introduz o assunto batalha espiritual na carta de Paulo. Antes, soma e cristaliza em imagem vívida aquilo que Paulo ensina por meio de toda a carta aos Efésios.
E o poder protetor e fortalecedor de Deus, mencionado no v. 10, repete o tema que também está entrelaçado em todo o livro. Cada peça da armadura de Deus já tinha aparecido de várias formas nos ensinos e exemplos de Paulo.
Devemos resistir aos poderes das trevas que tramam contra o povo de Deus. Essas forças da iniquidade são os mesmos poderes espirituais que Cristo subjugou por seu poder (1.21) e irão testemunhar o triunfo da sabedoria de Deus na igreja (3.10). Esses poderes são dominados pelo príncipe da potestade do ar (2.2) que atua naqueles que são desobedientes. O diabo procura usar nossos pecados para destruir a obra de Deus, para fragmentar a unidade do corpo de Cristo.
A carta aos Efésios não dá qualquer indício de que os planos do príncipe do mal e seus dardos inflamados envolvam "endemoninhamento". Em comparação com outras epístolas do Novo Testamento, a carta raramente menciona sofrimento, em vez disso, focaliza, quase que exclusivamente, nosso conflito moral e vulnerabilidade ao engano. Esse é o foco.
Os planos do diabo procuram nos arrastar para o pecado e para a falsidade, para nos endurecer e cegar e nos induzir a viver na carne. O capítulo 2 confirma isso em suas descrições sobre os resultados da atividade do diabo: transgressão, pecados, filhos da desobediência, seguidores de concupiscências e pessoas sob a ira de Deus por pecar.
E também confirmado no capítulo 4, onde a palavra "engano" descreve a falsidade do mundo ao nos afastar da verdade de Cristo (Ef 4.14; 5.6). E é confirmado pela discussão completa em Efésios 4.17—6.9, quando Paulo fala da verdade no amor para edificar o corpo de Cristo. Esses capítulos são uma meditação ampliada sobre os temas introduzidos em Efésios 2.1-10.
Testemunhamos o poder do diabo de atuar no interior de nossa alma quando nos inclinamos para a carne, testemunhamos o poder de Deus quando guardamos a fé e as boas ações.
Paulo exemplifica a batalha espiritual em andamento no livro de Efésios: cingindo-se com a verdade, ele ensina o caminho da retidão, anuncia o evangelho da paz para as nações, vive por fé no poder de Deus, rejubila-se na salvação, empunha a espada do Espírito e ora fervorosamente pelo povo de Deus para que cresça no conhecimento de Cristo e em seu poder. Paulo destrói obras enganosas e obras das trevas. Ele ensina os filhos de Deus a andarem na luz de Jesus.
Quando alguns dos intentos do diabo são bem-sucedidos e um dardo inflamado nos atinge, nós não contraímos estranhos seres malignos. Antes, nos tornamos semelhantes a esse ser maligno. Vários aspectos sórdidos de fracassos em resistir são citados em quase todos os versículos de Efésios 4.17—6.9, nas descrições dos caminhos vividos pelos povos e pela carne.
Em contraste, a resistência aparece em todo a carta aos Efésios, dos capítulos de 1 a 6, nas descrições positivas da fé cristã. O que aprendemos com essa armadura é que estar com a armadura de Deus, é estar revestido do próprio Deus. Portanto, tomar a armadura é simplesmente viver em Cristo.
b) Um meio ao sofrimento, "resisti" (1 Pe 5.5-11)
A carta de 1 Pedro é endereçada aos santos num mundo de opressão. Em 1 Pedro 5.8 há a única menção ao maligno: "O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar". Então Pedro adverte: "resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo".
Pedro, como Paulo, aprofunda nesta passagem um tema central em toda a epístola. Ele escreve sobre o sofrimento que purifica a fé e como glorificar a Deus em meio ao sofrimento. No capítulo 5 ele revela o espírito do adversário que fica por trás das provações de perseguição.
A mentira e a perseguição são estratégias complementares que procuram ter o mesmo resultado: incredulidade e pecado. As mentiras atraem as falsas promessas, enquanto o sofrimento nos ameaça. O leão devorador é uma metáfora bíblica comum, usada para aqueles que ferem e oprimem a igreja. Mas Pedro mostra como combater os males da perseguição e sofrimento.
A fé:
• Espera o tempo oportuno de Deus para libertação (IPe 5.6)
• Se liberta da ansiedade, buscando refúgio no terno cuidado de Deus (5.7)
• Se mantém vigilante quando o leão ruge (5.8)
• Permanece, não surpreendida por perseguições, colocando sua esperança, firmemente na graça de Cristo (5.9-10)
• Nos leva a adorar a Deus (5.11).
Quando não conseguimos resistir diante dos perigos que nos cercam e cedemos à tentação, então significa que fomos devorados, na concupiscência, na malignidade, na fraude, na injúria, no medo, na devassidão, na ansiedade e no orgulho.
Ser devorado é pagar o mal com o mal, é tornar-se semelhante ao diabo na maneira de agir, pensar e falar.
De modo contrário, se resistirmos, Deus nos fortalecerá, aperfeiçoará, firmará e fundamentará. O diabo é derrotado e Deus é glorificado. Numa vida de pureza e santidade, combatendo a mentira e o dolo, nos tornamos semelhantes a Jesus e vitoriosos na batalha espiritual.
c) Na presença da carne, "resisti" (Tg 3.13—4.12)
Tiago também diz "resisti". Para ele, o diabo tem um ponto de apoio para persuasão por causa da congruência de nosso coração com suas intenções. Então, Tiago diz: "Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (4.7). Temos que resistir a Satanás quando ele age sobre nossa loucura moral e apela aos nossos desejos ardentes. Tiago 1.14-15 apresenta o problema.
Somos tentados quando nossos próprios anseios nos levam longe; anseios geram pecado, e pecado resulta em morte. Tiago detalha nossos pecados primários e as ilusões do coração. Ele mostra que a "sabedoria" do nosso coração orgulhoso e tolo está enraizada no maligno (3.15). Deste ponto em diante, várias batalhas espirituais são retratadas.
Há vários modos que ele descreve para fracassar na resistência cristã: na língua incendiária (3.1-12), no sentimento faccioso e no coração invejoso (3.14-16), nas ambições e prática do mal (4.1-3), no adultério espiritual e na hostilidade contra Deus (4.4), orgulho (4.6), ânimo dobre e mãos impuras (4.8), em brincar com Deus (4.11-12) e esquecer, arrogantemente, que ele detém a nossa existência em suas mãos (4.13- 17).
Tiago está lidando com a conformidade moral da nossa vida interior e exterior com a imagem de Satanás. Mas, ao contrário, o dom de Deus produz pessoas sábias que são obedientes, pacíficas, indulgentes, tratáveis, misericordiosas, resolutas e capazes de trazer paz a um mundo de guerra (3.17-18).
A graça de Deus é maior do que a presença da escuridão, por isso Tiago nos exorta para que nos arrependamos e resistamos às tentações (4.7-10).
Diz Tiago que resistindo ao diabo, "ele fugirá de nós". Isso é promessa de vitória, quando o crente abraça o poder de Deus. Batalha espiritual resume-se em sangue, suor e lágrimas por morrer para si mesmo e escutar a Deus.
CONCLUSÃO
As diretrizes encontradas na passagem de Tiago têm muitas implicações e aplicações. O modelo de ministério descrito em Tiago 5 se aplica para toda e qualquer cultura, seja ela supersticiosa, interpretando tudo como ação demoníaca, seja ela cética, ignorando a existência de espíritos imundos.
A batalha espiritual é iminente e constante na vida cristã, mas vitoriosa para aqueles que optam em viver para a glória de Deus, em santidade e retidão.
APLICAÇÃO
Quando Satanás açoitar com a vara do sofrimento, resista. Aqueles que se aproximam de Deus com fé e arrependimento encontram o poder que os habilita a viver em obediência.
Autor: Mauro Filgueiras