Nos
escritos finais do apóstolo Paulo, um apelo é feito ao seu jovem “filho na fé”,
Timóteo, para que venha logo a ele, antes que chegue o inverno. 2 Timóteo é
uma carta pessoal e apaixonante de esperança preservada para todo o tempo,
falando palavras de expectativa da vida de Paulo (especialmente o capítulo 4).
Ele fala da sua morte pendente em termos de vitória, não de derrota. Ele busca
colocar vários aspectos da sua vida em ordem, como pedir que Timóteo venha
logo e traga Marcos, junto com a capa que ele deixou com Carpo em Trôade. Ele
também solicita que Timóteo traga os seus livros e especialmente os
pergaminhos.
Nestes
momentos de reflexão, Paulo se lembra de que Alexandre o latoeiro lhe fez e
deixa este assunto nas mãos de Deus. Tristemente, Paulo conta de quando ele
apresentou a sua "primeira defesa, ninguém
foi a meu favor; antes, todos me abandonaram” (4:16). Como estes
pensamentos foram difíceis para Paulo enquanto ele ensaiava os eventos que
levaram ao seu aprisionamento e morte pendente. Quando ele ficou para fazer a
sua defesa diante dos homens, ele não tinha um amigo que permanecesse com ele.
Ele permaneceu sozinho no julgamento da opinião mundana e apenas se ouviria as
suas palavras.
Paulo
sabia que quem permanecesse ao seu lado logo se encontraria no mesmo lugar que
ele se encontrava naquele momento. Ninguém tinha a coragem de enfrentar o
julgamento que ele enfrentava nem as conseqüências da sua pregação. Foi
abandonado, e deixado para defender o seu próprio nome. Entristeceu grandemente
o seu coração a falta de uma mão humana para segurar firmemente ou uma voz
suave e reconfortante para dar confiança. Poderia ter se lembrado dos tempos
maravilhosos em Filipo quando, jogado na cela com os pés acorrentados, ele e
Silas oraram juntos e cantaram hinos a Deus–juntos.
Na
sua primeira defesa não havia ninguém, pois todos o haviam desertado. Porém
ele sabia que as vidas daqueles que o abandonaram ainda estavam sendo
influenciadas pelo evangelho de Jesus Cristo. Paulo era um homem mais velho de
sabedoria e compreensão maior do espírito humano. Sabia daqueles que o
abandonaram pela sua fraqueza e das suas necessidades perante Deus. Não tinha
um espírito de vingança em relação a eles, mas em humildade pede pelas bênçãos
do Senhor sobre eles. “Que isto não lhes
seja posto em conta” (4:16).
A
cena de Paulo é um espelho de tantos que se encontraram sofrendo por Cristo e
sofrendo sozinhos. O exemplo de Jesus é colocado diante daqueles que desejam
segui-lo e levarem as suas cruzes. Jesus disse em João 16:32:
“Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para
sua casa, e me deixareis só; contudo, não estou só, porque o Pai está
comigo.” Como o seu Senhor, Paulo sabia que, quando ninguém
permanecesse com ele, Deus sempre estaria lá. Ele escreve:
“Mas o Senhor me assistiu e me revestiu de forças, para que, por meu intermédio,
a pregação fosse pelnamente cumprida, e todos os gentios a ouvissem; e fui
libertado da boca do leão. O Senhor me livrará também de toda obra maligna e
me levará salvo para o seu reino celestial. A ele, glória pelos séculos dos séculos.
Amém!” (4:17-18)
Nas
nossas lutas diárias podemos ser abandonados por todos os homens e ninguém
permanecerá conosco. Podemos nos encontrar sozinhos, lutando como a única
pessoa no mundo que busca fazer o que é certo. A nossa recompensa não vem da
presença dos nossos amigos, mas da presença do nosso Deus. Muitas vezes
abandonamos os outros quando deveríamos estar mais fortes. Como Paulo orou por
aqueles que o deixaram, nós também devemos crescer em força e coragem para
enfrentar as dificuldades da vida. Lembrem de como somos importantes um para com
o outro e de como precisamos permanecer com outros pela causa de Cristo. Quando
tudo estiver dito e feito, poderemos lembrar das palavras do nosso Deus:
“De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim, afirmemos
confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer
o homem?” (Hebreus 13:5-6).
–por
Kent E. Heaton, Sr.
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