Quando o reino de Israel foi
dividido em 931 a.C., o futuro espiritual escureceu para ambas as metades da nação.
Jeroboão, rei das tribos nortistas, levou Israel à adoração de seus bezerros
de ouro em Dã e Betel e nomeou um sacerdócio diferente. De outro lado, sob a
liderança de Roboão, "Fez Judá o que era mau perante o SENHOR; e,
com os pecados que cometeu, o provocou a zelo, mais do que fizeram os seus
pais" (1 Reis 14:22). Os sucessores destes monarcas foram
igualmente péssimos. Tanto Nadabe, filho de Jeroboão, como Baasa, que
organizou um golpe e exterminou a família de Jeroboão, continuaram a idolatria
no reino do norte. Abias, filho de Roboão, pregou bem (2 Crônicas 13), mas na
prática ele também conduziu Israel para longe do Senhor: "Andou em
todos os pecados que seu pai havia cometido antes dele; e seu coração não foi
perfeito para com o Senhor" (1 Reis 15:3).
Finalmente, uma luz brilhou. Asa,
filho de Abias, voltou-se para Deus. "Asa fez o que era bom e reto
perante o senhor, seu Deus. Porque aboliu os altares dos deuses estranhos e o
culto nos altos, quebrou as colunas e cortou os postes-ídolos. Ordenou a Judá
que buscasse ao Senhor, Deus de seus pais, e que observasse a lei e o
mandamento" (2 Crônicas 14:2-4). As realizações espirituais de
Asa foram muitas. Ele removeu os santuários dos ídolos e entrou em acordo com
os homens de Judá e com os imigrantes de Israel para buscarem a Deus com todo o
seu coração e alma. Com coragem e convicção especial ele até se opôs à
rainha mãe Maaca, e a depôs por causa da horrenda imagem que ela tinha feito.
Asa foi o primeiro foco brilhante entre os reis do reino dividido.
Uma das coisas impressionantes sobre
Asa foi sua confiança no Senhor. Uma vez, Zerá, o etíope, veio batalhar
contra Asa com um exército de um milhão de homens. O exército próprio de Asa
contava com escassamente a metade disso. Muitos reis teriam imediatamente
recorrido a algum esquema que tivessem maquinado para enfrentar o perigo, porém
não Asa. "Clamou Asa ao Senhor, seu Deus, e disse: ...Senhor, nosso
Deus, porque em ti confiamos e no teu nome viemos contra esta multidão. Senhor,
tu és o nosso Deus, não prevaleça contra ti o homem" (2 Crônicas
14:11). Como resultado da confiança de Asa nele, o Senhor concedeu-lhe uma
grande vitória e os etíopes fugiram.
A queda de Asa
Baasa, rei de Israel, percebeu que
muitos dos cidadãos de seu país estavam desertando para Judá, para se
juntarem ao renascimento espiritual iniciado por Asa. Por isso, ele invadiu Judá,
capturou a cidade fronteiriça de Ramá, e fortificou-a como uma espécie de
Muro de Berlim, para impedir o povo de ir e vir de Judá. Uma vez que Ramá
ficava a apenas 7 ou 8 quilômetros distante de Jerusalém, a capital, Asa
sentiu-se ameaçado. Parecia que Baasa estivesse fortificando a cidade para
servir como ponto de partida para um ataque direto com a própria Judá. Asa
entrou em pânico. Em vez de se voltar para o Senhor, ele enviou prata e ouro do
templo e do palácio a Ben-Hadade, rei da Síria, para pedir-lhe que rompesse
seu tratado com Baasa e o atacasse. Sua estratégia funcionou perfeitamente.
Ben-Hadade invadiu alegremente Israel pelo norte e Baasa teve que retirar seus
soldados de Ramá, na sua fronteira do sul, para enfrentar a ameaça. Asa desfez
prontamente as fortificações de Ramá, terminando assim a crise.
Ainda que, às vezes, os planos dos
homens "funcionem", eles nunca são os melhores. Deus enviou um
profeta, Hanani, para repreender Asa. "Porquanto confiaste no rei da
Síria e não confiaste no Senhor, teu Deus, o exército do rei da Síria
escapou das tuas mãos. Acaso não foram os etíopes e os líbios grande exército,
com muitíssimos carros e cavaleiros? Porém, tendo tu confiado no Senhor, ele
os entregou nas tuas mãos. Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda
a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente
dele; nisto procedeste loucamente; por isso, desde agora, haverá guerras contra
ti" (2 Crônicas 16:7-9). É sempre melhor confiar no Senhor.
Quando não o fazemos e somos repreendidos, precisamos considerar a crítica e
nos arrependermos. Asa, apesar de seu caráter notável durante muitos anos, não
o fez. Ele simplesmente ficou furioso com Hanani e o prendeu. Mais tarde,
recusou-se a voltar-se para o Senhor até mesmo quando contraiu uma grave doença
no pé.
Aplicações
A confiança é fundamental em nossa
relação com Deus; não há substitutos para ela. Os muitos anos de
destacado compromisso com Deus não puderam evitar a ira do Senhor
quando Asa confiou em si mesmo, e não nele. Conquanto o perigo que Asa
enfrentou fosse formidável, ele não foi desculpado por fazer o tratado com
Ben-Hadade. Ele deveria ter-se voltado para o Senhor. Sua reação, quando foi
repreendido, piorou seu apuro; ele deveria ter-se arrependido humildemente. A fé
é um elemento fundamental em nossa relação com Deus; sua importância é
quase impossível de enfatizar excessivamente. Como aplicá-la em situações
concretas em nossas vidas?
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Enfrentando crises. Conforme enfrentamos várias crises, é fácil nos voltarmos para soluções humanas, em vez do Senhor. Crises financeiras podem levar-nos a desonestidade ou a sacrificar o Senhor pela carreira, em vez de nos voltarmos para ele para resolver o problema. Crises emocionais podem levar-nos a buscar soluções em drogas e em terapias humanistas, antes de levar os problemas ao Senhor. Crises familiares podem levar a aconselhamento baseado em pressuposições atéias, em vez de a um novo compromisso com a vontade de Deus. Crises físicas podem levar-nos a colocar nossa principal fé em médicos e medicamentos, em vez de colocá-la no Senhor. Deus pode usar médicos (Colossenses 4:14), mas todas as bênçãos, incluindo cura, no final, procedem do Senhor. "Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas" (Provérbios 3:5-6).
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Convertendo os perdidos. Nossa principal missão, como a de Jesus, deve ser buscar e salvar os perdidos (Lucas 19:10). A maneira como buscamos cumprir esta tarefa prova nossa fé. Do ponto de vista bíblico, a semente é a palavra, e o poder para converter está no evangelho. Os cristãos do primeiro século convertiam os outros pregando Jesus Cristo e este crucificado (1 Coríntios 2:1-5). Uma abordagem tão simples referente ao evangelismo testa nossa confiança no Senhor. Não parece que possa conseguir resultados impressionantes. E, de fato, não consegue, em termos humanos. Ela apela apenas para uns poucos (Mateus 7:13-14) e não atrai o povo bem respeitado do mundo (1 Coríntios 1:26-31). A tentação está em arrumar nossos próprios métodos para ‘atingir os perdidos’ e para a igreja crescer. Há igrejas que recorrem a alimento, atividades recreativas, divertimento, eventos sociais, aulas de Inglês, e muitas outras coisas para tentar atrair pessoas. Usando um suprimento constante de pães e peixes, há igrejas de hoje que buscam manter a própria multidão que Jesus permitiu que se fosse (João 6). É preciso fé real para confiar que a palavra de Deus sozinha é suficiente para chamar aqueles que Deus determinou salvar.
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Corrigindo os desviados. O Senhor tem sido muito explícito sobre como devemos tratar os irmãos que andam desordenadamente. Primeiro, deverão ser admoestados (1 Tessalonicenses 5:14). Os irmãos precisam chamar a coragem para enfrentar aqueles que caem no pecado (Tiago 5:19-20; Gálatas 6:1; Mateus 18:15-17). Segundo, eles devem ser publicamente repreendidos e notados como infiéis (1 Timóteo 5:20; 2 Tessalonicenses 3:14-15; 1 Coríntios 5:4-5). Finalmente, outros irmãos têm que recusar associar-se com eles (Mateus 18:15-17, 1 Coríntios 5:9-13; 2 Tessalonicenses 3:14-15). Estes passos são desafiadores. A coisa mais fácil para uma igreja fazer é simplesmente pacificar e acomodar aqueles que são infiéis ao Senhor, permitindo que o grupo seja fermentado aos poucos pela influência corruptora do pecado tolerado (1 Coríntios 5:6-8). Os métodos de Deus podem parecer ásperos e intolerantes. Tememos que pessoas sejam afastadas. Elas podem não querer juntar-se a um grupo que tenha padrões tão estritos, assim como a disciplina de Deus, aplicada a Ananias e Safira, fez com que não cristãos se afastassem dos irmãos (Atos 5:13). Não gostamos de sentir-nos rejeitados, por isso precisamos de coragem para seguir as instruções do Senhor sobre a disciplina da igreja.
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Discernindo a vontade de Deus. Na confusão religiosa de nossos dias, com doutrinas conflitantes por todo lado, para onde nos voltaremos para determinar o que o Senhor realmente quer? Muitos se fecham em si mesmos. Eles buscam a vontade de Deus consultando seus sentimentos, intuição ou experiências religiosas. Mas é impossível conhecer a vontade de Deus subjetivamente. O único modo de podermos saber os pensamentos de Deus é pela sua revelação (1 Coríntios 2:10-16). Outras pessoas se dirigem a chefes ou a organizações religiosas pensando que ali podem encontrar a vontade de Deus. Mas todo o ensinamento de homens precisa ser testado pela palavra de Deus (1 João 4:1-6; Mateus 7:15-20), uma vez que há muitos lobos vestidos de cordeiros. Alguns, como Asa, nem se preocupam em tentar encontrar o que o Senhor quer. Precisamos ativamente buscar a guia do Senhor, através de sua palavra, em todas as situações. Quando agimos e pensamos independentemente, acabamos fracassando.
A história de Asa é trágica
porque, depois de haver começado tão bem, ele terminou confiando em seus próprios
planos e mal-tratando aqueles que tentaram ensinar-lhe o que o Senhor queria.
Que possamos sempre confiar no Senhor em todas as situações.
-por Gary Fisher
Leia mais sobre este assunto:
O Semeador, a Semente e os Solos
Grandes Promessas de Deus
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Não Confiar na Carne
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