Você Não Tem de Compreender Suas Aflições - Você Tem a Graça (You don't have to understand your afflictions - You've got Grace)
Uma querida senhora cristã de nossa lista de correspondência nos escreveu uma carta de partir o coração:
“Em
1972 perdemos um filho com a Síndrome de Down devido à pneumonia. Ele
tinha só dezessete meses de idade. Sete anos mais tarde, em 1979,
perdemos o nosso filho de quinze anos. Ele foi eletrocutado em nosso
quintal enquanto subia numa árvore.”
“Agora
o nosso filho de vinte e quatro anos está com diabetes. E eu estou com
câncer e recebendo quimioterapia. Eu lhe pergunto sinceramente: é pecado
perguntar a Deus, 'Por que?' Será que Ele entende nossas coisas
humanas?”
“Pastor
David, alguma vez o senhor ficou zangado com Deus por algum tempo? Eu
já, e sei que é errado. Envergonho-me destes pensamentos. Mas fico tão
confusa tentando compreender por que os cristãos sofrem tanto. Sei que
não somos mais merecedores do que os outros. Mas fico abalada com todo
sofrimento que estamos enfrentando.”
“Tenho
medo e ansiedade. Mas quero substituir todos meus temores por uma fé
robusta, apesar do sofrimento. Mesmo assim, fico perguntando: por que
tanto sofrimento? Por quanto tempo vai durar?”
Fico
só imaginando o horror de se achar o filho caído no chão, morto,
eletrocutado. Entendo o choro da mãe: “Ó Deus, por que tive de enterrar
mais um filho? Por que dois dos nossos filhos morreram, e o outro está
com uma doença mortal? Eu tenho câncer, e me sinto mal por causa da
radiação e da quimioterapia. Todos fomos atingidos. Por que tanto
sofrimento? Quando vai acabar isto?”
Não
sei explicar porque esta família tem enfrentado tantas aflições. Mas
posso lhe dizer: não é pecado perguntar por que. Até o nosso bendito
Senhor fez esta pergunta, pendurado na cruz, em dores. O próprio Jesus
foi chamado: “homem de dores e que sabe o que é padecer” (Isaías 53:3).
Eu creio que Cristo entende todo o nosso questionamento, pois Ele se
encontra totalmente ligado à nossa angustia humana.
Ele
ouve quando clamamos: “Deus, por que o Senhor está me fazendo passar
por isso? Sei que não vem da sua mão - porém o Senhor está permitindo o
ataque do diabo. Por que tenho de me levantar toda manhã com essa nuvem
negra sobre mim? Por que tenho de agüentar esta dor? Quando vai acabar
este pesadelo?”
O
mundo secular cobra uma explicação para toda dor e todo sofrimento da
vida. Muitos não crentes têm me perguntado: “Sr. Wilkerson, se Deus
existe - se Ele realmente ama, como o senhor diz - por que Ele permite
que as pessoas continuem morrendo de fome? Por que Ele permite que
inundações e a fome destruam países pobres, acabando com milhares de uma
só vez? Por que Ele deixa que a AIDS mate milhões de pessoas na África?
Por que milhares estão sendo aniquilados nos países devastados pela
guerra, países que nunca tiveram paz?”
“Simplesmente
não consigo crer em seu Deus, reverendo. Eu devo ter mais amor do que
Ele - porque se tivesse o poder, eu faria cessar todo este sofrimento.”
Não
vou tentar responder por que as nações sofrem, ou por que existe esta
fome terrível, ou pestes, inundações, doenças e destruições. Contudo, as
Escrituras efetivamente lançam luz quanto ao sofrimento do mundo,
através do retrato que traz do povo de Deus, o antigo Israel. Esta nação
sofreu calamidades similares: holocaustos, cativeiro, falência
econômica, doenças estranhas (das quais algumas atingiram só Israel).
Algumas vezes o sofrimento de Israel era tão terrível, que até seus
inimigos tiveram pena.
Por
que Israel sofreu estas coisas tão terríveis? As Escrituras deixam
claro: em todos os casos, eles abandonaram Deus, e se voltaram para a
idolatria e a feitiçaria.
Vemos
a mesma coisa acontecendo em muitos países hoje. Por exemplo: por
duzentos anos, missionários transbordaram na África. Mesmo assim, países
africanos inteiros rejeitaram Cristo - perseguindo e matando milhares
de missionários e milhões de convertidos. Tragicamente, toda vez que um
país rejeita o evangelho - e se volta para a idolatria e o ocultismo - o
resultado é pobreza, insanidade, doença e sofrimento indescritível.
Isso
é uma realidade no Haiti. Neste instante, o país está literalmente
enlouquecido. Recebemos uma carta de um casal de missionários que nosso
ministério sustenta lá. Eles dizem que seus vizinhos de cada lado foram
assaltados e espancados - e acham que devem ser os próximos. Pediram que
oremos por sua proteção.
Por
que tanta calamidade no Haiti? Porque o satanismo manda lá, e a
feitiçaria na prática é a religião oficial do estado. Observamos isto ao
vivo durante uma viagem para pregações que fizemos lá. Falei com
feiticeiros e vi o resultado de suas práticas de macumba: pobreza,
desespero, medo, doença, fome, corrupção.
O
mundo não pode pôr em Deus a culpa por nenhuma destas coisas. É uma
obra clara de Satanás - ele quer que toda a influência cristã seja
removida da ilha. Sim, o Haiti tem sido evangelizado - mas os haitianos
estão rejeitando o evangelho, amando mais as trevas do que a luz. E o
trágico resultado é o sofrimento atroz.
Por
todo o planeta, os ímpios poluem a terra, o ar e o mar. No entanto o
mundo culpa Deus por todas as mudanças atmosféricas que causam
enchentes, fome e doenças, afligindo o homem e os animais. As pessoas
insistem no direito à promiscuidade e em ter múltiplos parceiros sexuais
- e no entanto culpam Deus pela disseminação da AIDS. Os funcionários
da ONU recebem zombaria ao tentar ensinar abstinência sexual nos países
pobres.
Aqui
nos Estados Unidos, um mar de sangue inocente é derramado. Segundo os
últimos números, 40 milhões de bebês foram mortos por aborto. No
Congresso, está para passar uma lei que diz que se um bebê sobrevive a
um procedimento abortivo, a mãe pode optar por deixar que a criança
morra. O bebê é simplesmente deixado de lado - sem alimentos ou
cuidados, e levado a morrer de fome. Agora em todo o país as enfermeiras
estão se manifestando, declarando não conseguir dormir à noite por
ouvirem o choro destas crianças mortas.
Esta
geração corrupta possui uma desconsideração grosseira pela vida. Ainda
assim, parecemos incapazes de atinar o porquê de nossas crianças
acabarem matando os colegas de escola. Afirmamos não entender porquê
cinco assim chamados adolescentes normais matam o dono de uma lanchonete
chinesa por um lanche de menos de quinze dólares. A razão destas
tragédias é muito clara: estamos colhendo o que plantamos, ao
derramarmos sangue inocente.
Quando o mundo grita: “E onde Deus está que não vê isso?”, eu respondo: “Ele está chorando pelo que a humanidade fez.”
Quero me Concentrar na Aflição e
no Sofrimento do Povo de Deus
no Sofrimento do Povo de Deus
Neste
exato instante, muitos dos que lêem esta mensagem estão passando por
profundo sofrimento: dor física, agitação emocional, tentações
insuportáveis - e estão perguntando, “Por que?” Talvez isto lhe
descreva. Você já está cansado de sentir-se perdido e condenado; sentir
que Deus por alguma razão está zangado com você. Você está esgotado de
se auto-examinar constantemente. Está cansado dos maus conselhos
recebidos, que só lhe fizeram piorar.
Talvez
há muito tempo você se pergunte o porquê. Então você pergunta: “Senhor,
Tu sabes que O amo. Minha fé em Ti é grande. Mas este sofrimento
continua sem cessar. Não sei até quando vou agüentar. Até quando o
Senhor vai levar isto?”
O
apóstolo Paulo diz que a vida dele é um exemplo de como devemos lidar
com nossas aflições. Ele escreve: “...por esta mesma razão, me foi
concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse
Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a
quantos hão de crer nele para a vida eterna.” (I Timóteo 1:16).
Em
minha opinião, além de Jesus ninguém sofreu tanto - de tantas maneiras,
nas mãos de tanta gente - quanto Paulo. No exato momento de sua
conversão, Paulo foi avisado de antemão dos sofrimentos que enfrentaria:
“Mas o Senhor lhe disse... pois eu lhe (Paulo) mostrarei quanto lhe
importa sofrer pelo meu nome” (Atos 9:15-16). O próprio Jesus está
declarando aqui: “Mostrarei a Paulo o quanto terá de sofrer por minha
causa.” Igualmente, devemos seguir o modelo do exemplo de Paulo.
1. O Modelo de Paulo Começa
com uma Grandeza de Revelações
com uma Grandeza de Revelações
As
provações e os sofrimentos mais profundos são dirigidos aos consagrados
servos que recebem revelações provenientes da intimidade do coração de
Deus. Paulo testifica: “para que não me ensoberbecesse com a grandeza
das revelações, foi-me posto um espinho na carne” (2 Coríntios 12:7).
Se
você submeteu seu coração inteiramente a Cristo, se está determinado a
conhecê-Lo na intimidade, a buscá-Lo com entusiasmo para que lhe abra
Sua palavra - então você será lançado na rota do sofrimento. Você viverá
tempos difíceis, profundas agonias, grandes aflições das quais o
cristão frio, carnal não tem conhecimento.
Isso
foi uma verdade na vida de Paulo. Quando ele se converteu, não ficou
satisfeito em aprender sobre Cristo nem mesmo através dos discípulos de
Jesus em Jerusalém. Este homem queria conhecer o Senhor intimamente por
si mesmo. Logo, Paulo disse: “não consultei carne e sangue” (Gálatas
1:16). Antes, se isolou na Arábia por três anos (v. 1:16-17).
Na
verdade, a revelação de Cristo que Paulo recebeu não veio de uma
pessoa. O apóstolo testifica: “porque eu não o recebi, nem o aprendi de
homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo” (1:12).
Dou
graças a Deus pelos professores bíblicos. Eles nos abrem as Escrituras,
revelando muitas maravilhas e segredos da fé. Mas o fato é que a
revelação de Jesus Cristo não pode ser ensinada. Tem de ser dada pelo
Espírito Santo. E ela chega àqueles que, como Paulo, se fecham na sua
própria Arábia, determinados a conhecer Cristo.
Uma
qualidade separa os dois tipos básicos de cristãos. Um tipo diz: “Dei
meu coração a Jesus” - mas é só isso que podem declarar sobre sua fé.
Eles se alegram porque vão para o céu e não para o inferno. Mas não
avançam em seu caminhar com Cristo.
O
outro tipo diz: “Dei meu coração a Jesus - mas não vou sossegar
enquanto não conhecer o Seu coração.” Este servo não descansará enquanto
não carregar o fardo de Cristo, andar como Cristo andou, agradar a Deus
como Cristo agradou a Deus. Este tipo de determinação simplesmente não
pode ser ensinado.
Porém,
fique avisado - se você quer realmente que Jesus dê a você o Seu
coração, então deve ficar preparado para suportar aflições. Na verdade, a
revelação que você receber será acompanhada por sofrimentos e aflições
como você nunca viu.
Paulo
diz que recebeu revelações de Deus que foram ocultas dos olhos dos
homens por séculos: “O qual noutros séculos não foi manifestado aos
filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito...”
(Efésios 3:5).
Quando
Paulo fala de receber revelações (v.2 Coríntios 12:7), a palavra que
ele usa quer dizer “retirar a venda, revelar coisas ocultas.” Deus
removeu a venda de grandes mistérios da fé - e mostrou a Paulo as
maravilhas de Sua palavra salvadora.
Finalmente,
Paulo refere-se à uma suprema visão que recebeu catorze anos antes,
logo após ter sido salvo. Ele descreve quando foi “arrebatado ao paraíso
[céu] e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem
referir” (2 Coríntios 12:2-4). Em resumo, a Paulo foi dada uma revelação
do céu que não se pode falar.
Que
incrível grandeza de revelação Paulo recebeu. Ele experimentou um
incrível passeio pelo céu, vendo e ouvindo coisas jamais testemunhadas
ao mundo. Contudo, assim que Paulo recebeu estas revelações, ingressou
em grande sofrimento.
2. O Modelo de Paulo Inclui um Espinho na Carne
“E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne” (2 Coríntios 12:7).
Há
dois tipos de sofrimento entre os crentes. Primeiro, as aflições e as
tentações comuns à toda a humanidade. Jesus diz que a chuva cai sobre os
justos e os injustos (v. Mateus 5:45). Ele se refere aos problemas
determinados pela vida: as lutas dentro do casamento, as preocupações
com os filhos, as batalhas contra a depressão e o medo, as pressões
financeiras, doenças e morte - coisas igualmente comuns aos santos e aos
pecadores.
Contudo
há os sofrimentos que afligem só os justos. Davi escreve: “Muitas são
as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra”. Veja, Davi não diz
que o livramento é súbito ou imediato. Em muitos casos, a cura pode vir
com o tempo, através da oração, da confiança e da fé.
Este
é o tipo de sofrimento que Paulo enfrentava. As grandes revelações que
recebeu, rapidamente o lançaram na rota da grande aflição que duraria
toda a vida. Pense bem: no tempo que Paulo escreveu esta carta aos
coríntios, ele era cristão por catorze anos - e ainda não havia sido
liberto do espinho que descreve. Ele sabia que iria provavelmente viver
com esta aflição até morrer.
Não
sabemos com exatidão o que era o espinho de Paulo. Estudiosos bíblicos
especulam que poderia ter sido um problema ocular, ou um defeito da
fala, talvez gagueira. Há um comentarista que se estende para provar que
o espinho de Paulo era uma falha no caráter - possivelmente, um
temperamento explosivo. Outras especulações vão de paixões carnais, a
pensamentos demoníacos que o pressionavam, até mesmo à uma esposa
injuriosa. Porém todas estas suposições continuam mera especulação.
De
qualquer maneira, Paulo admitia haver uma grande batalha em sua vida.
Ele estava dizendo: “Ao sair daquela grande revelação do paraíso, um
espinho apareceu na minha carne. Um mensageiro de Satanás me
esbofeteou.” A frase “me esbofeteou” aqui quer dizer “deu um tapa em meu
rosto.” Paulo está declarando: “Deus permitiu que o diabo desse um tapa
em meu rosto.”
Então,
o que era este mensageiro de Satanás que esbofeteava Paulo, dando tapas
em seu rosto? Não creio que fosse uma mera questão física, como visão
fraca ou defeito da fala. E nem acho, como já aconteceu, que o
esbofeteamento de Paulo fosse uma tempestade de mentiras e acusações
demoníacas destinadas a desencorajá-lo.
Não,
acho que temos uma pista na frase de Paulo “para que não me
ensoberbecesse” (2 Cor. 12:7). Acho que Paulo está falando aqui da
auto-exaltação, orgulho pessoal. Veja, Paulo tinha sido fariseu - e
todos os fariseus eram orgulhosos. Dentro deles estava impregnada uma
atitude de superioridade: “Estou alegre de não ser como a multidão de
pecadores comuns.” Além disso, Paulo tinha razões na carne para ser
orgulhoso: era altamente inteligente, bem como abundantemente aquinhoado
de dons pelo Espírito Santo.
Acho
que o diabo sabia que este orgulho era a fraqueza básica de Paulo - e o
atacava com isso. Ele bajulava Paulo, alisava seu ego, e o atingia com
um pensamento de orgulho após o outro: “Você é o único que recebeu esta
revelação.” Que maior espinho poderia haver que ter Satanás alimentando
diariamente seu ponto mais vulnerável? Paulo tinha de ir à cruz
constantemente, submetendo à ela seus dons, para mortificar o orgulho.
Satanás
também sabia que a inclinação de Davi era a luxúria. Ele alimentou a
fraqueza deste homem de Deus colocando uma mulher se banhando bem à
frente dos seus olhos. Igualmente, à toda hora, o diabo dá tapas em
nosso rosto com oportunidades e tentações que alimentam nosso orgulho,
nossa luxúria, ambição, nosso medo - segundo a fraqueza básica que
tenhamos.
Mas
o diabo não podia esbofetear Paulo sem primeiro obter permissão de
Deus. Sabemos, por exemplo, que Deus permitiu que Satanás testasse Jó. E
agora Deus tinha um propósito ao permitir o espinho de Paulo. Ele sabia
que a maior ameaça ao testemunho de Paulo não era a sensualidade, ou a
ganância, ou o elogio dos homens; não, Paulo era desligado das coisas da
carne. Antes, sua fraqueza era o orgulho, que veio por receber grandes
revelações.
Paulo
escreve: “três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim” (2 Cor.
12:8). Está dizendo basicamente: “Busquei com diligência o Senhor, de
todo o coração - e Ele se revelou para mim e em mim. Até mostrou-me Sua
glória nos céus. Porém, naquele exato momento, comecei a experimentar
uma pulsante lembrança da minha fragilidade humana. Implorei ao Senhor:
'Remova isso. Chega desta fraqueza, deste assédio demoníaco. Até quando
terei de ser humilhado por estes ataques? Até quando tenho de agüentar
este sofrimento? Por favor, Senhor, livra-me.”'
3. O Modelo de Paulo Finaliza
Com a Resposta de Deus.
Com a Resposta de Deus.
Deus
não se preocupou em explicar coisa alguma a Paulo. E não concedeu o
pedido de um fim para seu sofrimento. Nem removeu o espinho ou afastou o
mensageiro de Satanás. Contudo, Deus concedeu a Paulo algo muito
melhor. Ele revelou como Paulo viveria todos os dias em vitória: “Então,
ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na
fraqueza” (2 Cor. 12:9).
Deus
estava basicamente dizendo: “Paulo, vou lhe conceder graça para os
sofrimentos de cada dia. E isso lhe será suficiente, em tudo que
enfrentar. Você não precisa compreender tudo que está enfrentando; então
poderia parar de perguntar o por que. Você tem a minha graça - e isso é
tudo que precisa.”
Recebemos
cartas de pessoas que têm vidas de incrível sofrimento. Jovens escrevem
de serem criados em lares cheios de feitiçaria - de serem espancados,
abusados, negligenciados. Um moço de dezesseis anos escreve que seus
pais o iniciaram nas drogas.
São
pessoas que gritam: “Amo a Deus - tenho orado e O buscado. Depositei
nEle toda a minha confiança. Mas à cada dia ainda enfrento inimigos
poderosos - e não vejo sinal de libertação.”
Não
quero desencorajar ninguém. Mas, como Paulo, a sua aflição pode ser do
tipo que sobrevem aos mais justos de Deus. Se for assim, você pode ter
de viver cada dia apoiado inteiramente na Sua graça. O livramento não
será uma experiência súbita, de uma só vez - mas um caminhar dia a dia.
Eu
lhe digo outra vez: não é pecado perguntar a Deus o por quê; por que
tanto sofrimento, por que esta dor que não acaba. No entanto, também
digo: você pode muito bem parar de perguntar - porque Deus não responde
este tipo de pergunta. Ele não nos deve nenhuma explicação por nossos
sofrimentos.
Davi
pergunta com sinceridade, “Por que estás abatida, ó minha alma? ...por
que te (Deus) esqueceste de mim? Por que hei de andar eu lamentando sob a
opressão dos meus inimigos? ...Por que te perturbas (minha alma) dentro
de mim?” (Salmo 42:5,9,11). Sabemos que Deus amava Davi. Mesmo assim as
Escrituras não mostram nenhum registro de Deus respondendo suas
perguntas.
Jesus
perguntou: “Por que este cálice não pode passar de mim? Pai, por que me
abandonastes?” (v. Mateus 26:39; 27:46). Contudo em nenhum lugar da
Bíblia lemos uma resposta de Deus ás perguntas do Seu amado Filho.
Eu
pessoalmente tenho feito estas mesmas perguntas a vida toda. Quando eu
tinha vinte e oito anos de idade, trouxe minha família para Nova York
para trabalhar com as gangues e os viciados. Aí um dia, poucos anos após
termos nos mudado, minha esposa Gwen começou a se dobrar de dor.
Corremos para um hospital, e ela recebeu uma cirurgia de emergência. E
aí ouvimos a terrível palavra: câncer. Ela tinha um tumor no intestino
do tamanho de uma laranja.
Lembro-me
das minhas perguntas para Deus naquela época: “Por que, Senhor?
Deixamos tudo e viemos para cá seguindo sua orientação. Entregamos
nossas vidas para ministrar nestas ruas. Então, por que estamos passando
por isso agora? O Senhor está zangado comigo por algum a razão? O que
eu fiz?”
Fiz
as mesmas perguntas mais cinco vezes - toda vez que Gwen foi
surpreendida por um outro câncer. Também as fiz em cada uma das vinte e
oito cirurgias dela.
Perguntei
a Deus outra vez em Houston, Texas, quando nossa filha Debbie jazia em
posição fetal, na angústia do câncer. Ela tinha um tumor na mesma região
de sua mãe. Eu gritei: “Senhor, Gwen já foi o suficiente; agora, é
demais. Por que?”
Perguntei
por que outra vez quando nossa outra filha, Bonnie, estava acamada num
hospital em El Paso, Texas, recebendo radioterapia contra o câncer. Ela
estava cercada por médicos com aventais protetores feitos de chumbo, com
o corpo recebendo bombardeamento por três dias de radiação mortal. Os
médicos deram à ela 30 por cento de chance de sobreviver. Eu gritei:
“Deus, o Senhor tem de estar zangado comigo. Não há outra explicação.
Até quando o Senhor acha que vou agüentar?”
Finalmente
fui sozinho com o meu carro para uma estrada deserta - e por duas horas
bradei diante de Deus: “Isso não vai acabar? Dou a Ti tudo que é meu, à
cada dia. Porém quanto mais Te busco, mais sofrimento vejo.”
Também
sei o que é ser esbofeteado por um mensageiro de Satanás. Tenho sido
seriamente tentado e alvo de sedução. Tenho tido inimigos me provocando
por todos os lados. Tenho sido caluniado por boatos, recebido falsa
acusação, rejeitado por amigos. Nestas horas negras me ajoelho,
chorando: “Por que, Senhor? És tudo aquilo que desejo. Por que permites
que Satanás me assedie? Até quando vou ter de lutar com essa fraqueza?”
Porém, assim como Deus não explicou nada para Paulo, Ele nunca respondeu
minhas perguntas.
Creio
que uma vez no céu, o Senhor nos explicará tudo. Teremos toda a
eternidade para receber nossas respostas. E, assim que tudo nos tiver
sido revelado, veremos que cada coisa era parte de um plano perfeito -
orquestrado por um Pai amoroso que sabia o que era necessário para nos
manter dobrados sobre nossos joelhos, e caminhando em direção a Ele.
Até Chegar Esse Dia, Deus Diz:
“Tenho Toda a Graça Que Você Precisa Para Triunfar”
“Tenho Toda a Graça Que Você Precisa Para Triunfar”
Sempre
ouvimos que a definição de graça é, simplesmente, favor e bênção não
merecidos vindos da parte de Deus. Contudo creio que graça é muito mais
do que isso. Em minha opinião, graça é tudo aquilo que Cristo significa
para nós na hora do sofrimento - poder, força, bondade, misericórdia,
amor - para nos conduzir na aflição.
Ao
rememorar os anos que se passaram, anos de grandes provações,
sofrimento, tentações e aflição, posso testificar que a graça de Deus
foi suficiente. A Sua graça cuidou de Gwen. E também cuidou de Debbie e
Bonnie. Hoje, minha esposa e minhas filhas estão todas saudáveis e
fortes - e agradeço ao Senhor por isso.
A
Sua graça também cuidou de mim. E isso é o suficiente para o dia de
hoje. Então, algum dia na glória, meu Pai me revelará o belo plano que
tinha todo este tempo. Ele me mostrará como obtive paciência através dos
sofrimentos; como aprendi a ter compaixão pelos outros; como Seu poder
foi aperfeiçoado na minha fraqueza; como aprendi Sua absoluta fidelidade
para comigo; como, e com esperança digo isso, me tornei mais semelhante
a Jesus.
Ainda
podemos perguntar por que - porém tudo continua um mistério. Estou
preparado para aceitar isso até que Jesus venha para mim. Não vejo um
fim para minhas provações e aflições. Eu as tenho tido por mais de
cinqüenta anos, e elas continuam.
Porém,
em todas essas coisas, continuo recebendo uma porção sempre crescente
do poder de Cristo. Na verdade, as maiores revelações que tive de Sua
glória vieram durante os tempos mais difíceis. Semelhantemente, em seus
momentos mais fracos, Jesus liberará em você uma medida maior do Seu
poder.
Poderemos
jamais compreender a nossa dor, nossa depressão e nosso desconforto.
Poderemos jamais saber por que nossas orações para cura não foram
respondidas. Mas não precisamos saber o porquê. Nosso Deus já nos deu a
resposta: “Você tem a minha graça - e, meu filho amado, é só disso que
você necessita.” Fonte: http://estudos-biblicos.blogspot.com.br/2007/02/voc-no-tem-de-compreender-suas-aflies.html
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