Dízimo, doação e o Novo Testamento: uma introdução
O dízimo é um tópico conflitante, talvez
parcialmente porque o que quer que se relacione a dinheiro tem o
potencial de se tornar conflitante. Eu gostaria de aproveitar a
oportunidade para rever este tópico junto com o tópico da doação em
geral. É o dízimo para os dias de hoje? É o dízimo válido na era do
Novo Testamento, na era da graça na qual vivemos, ou ele é obsoleto? O
que o Novo Testamento diz sobre a doação? Começando da primeira questão,
olhando para o que é ensinado hoje do púlpito da maior parte das
igrejas poder-se-ia facilmente concluir que o dízimo é um princípio a
ser aplicado hoje. Isto é algo tão estabelecido na ordem eclesiástica e
no pensamento que nós não mais ouvimos sobre presentes e doadores, mas
sobre dízimos e contribuintes.
Tão bem estabelecido quanto esta visão possa parecer, existe, nas mentes
dos muitos crentes comuns, uma discrepância entre o que eles
frequentemente ouvem do púlpito e o que eles veem no Novo Testamento.
No Novo Testamento não há simplesmente nada mencionado sobre o dízimo,
como não há nada mencionado sobre os touros em sacrifício, ou seguindo
outras leis e práticas semelhantes do Velho Testamento. Pelo menos nada
é mencionado no sentido de manter e continuar com isso. O que o Novo
Testamento fala é sobre os doadores, presentes livres e apoio aos santos
pobres através destes presentes dados de forma feliz e voluntária. Mas
vamos dar uma olhada nestas questões de forma mais detalhada.
Definindo o dízimo, conforme o termo é usado hoje, eu somente estabelecerei aqui o que eu, como um crente normal, tenho percebido ser a visão em 20 anos em que eu sou cristão.
De acordo com esta visão, dízimo é dar 10% de seu rendimento (pré-fixado ou pós-fixado – as opiniões são diferentes) para a organização da igreja a que você seja afiliado (a irmandade da igreja que você provavelmente assiste aos domingos). Este dinheiro então é usado para dar sustentação ao orçamento da igreja (aluguel, contas, salário de pessoal, missões, etc.). Para muitos, não dar o dízimo é considerado um pecado. Muitas vezes você ouvirá as pessoas recitarem Malaquias 3:8-12, que diz:
“Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: em que te
roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados,
porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à
casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei
prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as
janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja
lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós repreenderei o
devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide
no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos.”
Muitos usam estes versículos para dizer que não trazer os “dízimos e
ofertas” para a causa de Deus (conceito que eles tomam para significar a
construção da igreja local) é um pecado e retira o povo de suas
“bênçãos”. O problema de usar a passagem acima, assim como outras
passagens semelhantes do Velho Testamento, para dar sustentação à
aplicação do dízimo é que esta passagem e a lei mosaica em que esta
passagem é baseada eram válidas quando isto foi escrito e pertence ao
Velho Testamento. O Velho Testamento é maravilhoso e é parte das
Escrituras Sagradas inspiradas por Deus. Conforme Paulo diz em Romanos
15:3-4
“Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam. Porque
tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que
pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.”
O que quer que esteja escrito na Escritura foi escrito para o nosso
aprendizado. Nós podemos aprender pela leitura do Deuteronômio. Nós
podemos aprender pela leitura de Malaquias ou qualquer outro livro do
Velho Testamento. Contudo, embora tudo estivesse escrito para o nosso
aprendizado, nem tudo está escrito para a nossa aplicação. O Velho
Testamento é endereçado aos judeus que estavam vivendo sob a lei
mosaica. Jesus Cristo não havia chegado ainda. O preço pela
indenização de nossos pecados ainda não tinha sido pago. O sumo
sacerdote ainda não havia chegado. Como Paulo diz em Gálatas 3:23-26:
“Mas antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei,
e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a
lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé
fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio. “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.”
Houve o tempo antes do sacrifício e ressurreição de nosso Senhor. Este
era o tempo da lei. E houve o tempo após o sacrifício e ressurreição do
Senhor. Este é o tempo em que nós vivemos agora. Há vastas diferenças
entre estes dois períodos, pela simples razão de que o que era válido
no primeiro período, a lei, não é mais válido no segundo período. E o
que é válido no segundo período – a graça e ser criança de Deus através
da fé em Jesus Cristo – não estava disponível no primeiro período. Nós
podemos aprender do que foi válido no primeiro período? Definitivamente
sim. Isso se aplica a nós? Não necessariamente. Você pode ler os
Salmos e os Provérbios e obter guia para sua vida hoje. É a sabedoria
eterna de Deus que atravessa o tempo. Por outro lado, você pode ir para
as passagens específicas da lei, tais como as passagens sobre o dízimo,
ou as passagens sobre o sacrifício de touros, ou a celebração que eles
tinham em Israel. Embora você possa aprender destas passagens, elas não
se aplicam diretamente a nós. O mesmo é válido para tudo o que se
refira à lei mosaica, pela simples razão de que esta lei foi abolida com
o sacrifício de Cristo. É como ler os códigos de leis que não têm mais
validade. Você pode aprender por eles, mas eles não serão aplicados,
porque estão obsoletos. Conforme diz Colossenses 2:13-14:
“E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa
carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas,
havendo riscado a cédula que era contra nós nas
suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou
do meio de nós, cravando-a na cruz.”
E novamente em Efésios 2:14-15
“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz”.
Agora se a lei é abolida, vamos aplicá-la novamente? Nós podemos
aprender disto, mas não é mais uma lei que é para nossa aplicação. Ele
está abolida! E o dízimo é parte desta lei também. O dízimo é uma
palavra que ocorre muito em tais livros da lei, como os Levíticos,
Números e Deuteronômio. Aqui estão algumas referências:
Levítico 27:30-34
“Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são do Senhor. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisas, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados. Estes são os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai.”
“Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor; santas são do Senhor. Porém, se alguém das suas dízimas resgatar alguma coisas, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de alguma maneira o trocar, tanto um como o outro será santo; não serão resgatados. Estes são os mandamentos que o Senhor ordenou a Moisés, para os filhos de Israel, no monte Sinai.”
Note no último versículo que dízimo é parte dos mandamentos, parte da
lei que Deus deu a Moisés para as crianças de Israel no monte Sinai.
Esta era a lei que foi abolida pelo sacrifício de Cristo. E o dízimo,
sendo parte desta lei, foi dado não para a aplicação geral, mas para as
crianças de Israel, até seu cancelamento pelo sacrifício e ressurreição
de nosso Senhor Jesus Cristo. Aqui estão mais algumas passagens sobre o
dízimo:
Número 18:20-32
“Disse também o senhor a Arão: na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles, nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel. E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação. E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. Mas os levitas executarão o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua iniquidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão, Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão. Então o Senhor falou a Moisés, dizendo: também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao Senhor, os dízimos dos dízimos. E contar-se-vos-á a vossa oferta alçada, como grão da eira, e com plenitude do lagar. Assim também oferecereis ao Senhor uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do Senhor a Arão, o sacerdote. De todas as vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do Senhor; de tudo o melhor deles, a sua santa parte. Dir-lhes-ás pois: quando oferecerdes o melhor deles, como novidade da eira, e como novidade do lagar, se contará aos levitas. E o comereis em todo lugar, vós e as vossas famílias, porque vosso galardão é pelo vosso ministério na tenda da congregação. Assim, não levareis sobre vós o pecado, quando deles oferecerdes o melhor; e não profanareis as coisas santas dos filhos de Israel, para que não morrais.”
“Disse também o senhor a Arão: na sua terra herança nenhuma terás, e no meio deles, nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel. E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação. E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. Mas os levitas executarão o ministério da tenda da congregação, e eles levarão sobre si a sua iniquidade; pelas vossas gerações estatuto perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão, Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão. Então o Senhor falou a Moisés, dizendo: também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao Senhor, os dízimos dos dízimos. E contar-se-vos-á a vossa oferta alçada, como grão da eira, e com plenitude do lagar. Assim também oferecereis ao Senhor uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do Senhor a Arão, o sacerdote. De todas as vossas dádivas oferecereis toda a oferta alçada do Senhor; de tudo o melhor deles, a sua santa parte. Dir-lhes-ás pois: quando oferecerdes o melhor deles, como novidade da eira, e como novidade do lagar, se contará aos levitas. E o comereis em todo lugar, vós e as vossas famílias, porque vosso galardão é pelo vosso ministério na tenda da congregação. Assim, não levareis sobre vós o pecado, quando deles oferecerdes o melhor; e não profanareis as coisas santas dos filhos de Israel, para que não morrais.”
A passagem de Levítico nós lemos anteriormente aliada com o mandamento
às crianças de Israel para o dízimo. Onde se supõe que estes dízimos
iriam e para que eles seriam usados? Isto é respondido pela passagem
acima de Números: Conforme o versículo 21 nos diz:
Número 18:21
E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação.”
E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação.”
O dízimo seria para as crianças de Levi, os levitas, que estavam
formando a tribo sacerdotal de Israel, 1/12 dela. Isto deveria ser sua
recompensa pelo serviço do tabernáculo e depois do templo. Números
18:31 diz isso claramente: “porque vosso galardão é pelo vosso
ministério na tenda da congregação”. Isto seria contado por eles
conforme “como novidade da eira, e como novidade do lagar” (Números
18:30). De fato os levitas tinham que dar seu próprio dízimo deste.
Isto foi dado a Arão e era para ser a oferta alçada do Senhor. Muitos
pegam a passagem acima e erradamente tentam aplicá-la à era do Novo
Testamento, em nossa era, dizendo que nós devemos continuar a dar o
dízimo para pagar os salários dos padres, pastores e todo o clero em
geral. Mas esta visão não pode ser correta como no Novo Testamento não
há simplesmente nenhuma classe de cleros e padres. Como Pedro e João
nos dizem, falando para nós, os crentes no Senhor Jesus Cristo:
I Pedro 2:5
“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.”
“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.”
I Pedro 2:9
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido”
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido”
Revelação 1:5-6
“Aquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém.”
“Aquele que nos amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai; a ele glória e poder para todo o sempre. Amém.”
Também conforme o Senhor disse aos discípulos:
Mateus 23:8-12
“Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém chamais vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado."
“Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém chamais vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado."
Estas passagens não se referem a alguma classe especial de pessoas, mas a
todos os crentes. Todos os crentes são feitos padres pelo Senhor Jesus
Cristo para Seu Deus e Pai. Isto significa agora que nós não devemos
sustentar financeiramente os crentes que se movem por exemplo de cidade a
cidade estabelecendo igrejas e servindo o Senhor como missionários? Não
significa isto e nós veremos isso mais tarde neste estudo. O que quer dizer é que sustentar e dar presentes no Novo Testamento não são mais regulamentados pela lei do dízimo.
Em vez disso, não há outros princípios no local para os presentes do
Novo Testamento e a doação e nós veremos estes conforme formos nos
aprofundando neste estudo. Esta parte do estudo dá ênfase no que a
Bíblia NÃO diz para nós em relação à doação - ainda que as pessoas
possam dizer isso. Conforme vamos continuando, daremos enfoque ao que a
Bíblia diz por nós.
De volta ao dízimo; era o acima – o dízimo para os levitas – o único
dízimo? Parece que não é, como em Deuteronômio 14:22-29 nós vemos
novamente o dízimo mencionado, mas em outro contexto e para o que parece
ser outro propósito. Conforme lemos nesta passagem, todo ano os
israelitas deviam comer “os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu
azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas
ovelhas”(Deuteronômio 14:23) e ir ao local que Deus definiria e lá:
“Come-o ali perante o Senhor teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa”
(Deuteronômio 14:26). Se eles estivessem distantes era permitido que
eles vendessem os vários itens, conseguissem dinheiro e “darás por tudo o
que deseja a tua alma: por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por
bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma”(Deuteronômio 14:26).
Isto parece ser um dízimo festivo. As pessoas teriam este dízimo e
usar-no-iam para comer e beber diante do Senhor no lugar em que ele
definiria. Note que este dízimo é usado pelas pessoas mesmas. É
diferente do que nós lemos em Levítico e em Números anteriormente, onde o
dízimo estava destinado aos levitas. Isso é, portanto, um dízimo
diferente. De fato, todo terceiro ano este dízimo era para ser usado de
forma diferente: no final daquele ano este dízimo devia ser coletado
“então virá o levita (pois nem parte nem herança tem contigo), e o
estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e
comerão, e fartar-se-ão ” (Deuteronômio 14:29). Além do mais a cada sete
anos deveria ter o Sabbath, no qual nada era semeado nem colhido pelo
proprietário da terra (Levítico 25:1-5), mas todas as pessoas eram
chamadas para comer o que a terra trouxesse de si mesma (Levítico
25:6-7), assim como do grande excedente do sexto ano que Deus havia
prometido dar (Levítico 25: 20-22).
Conclusão
Vamos resumir o que aprendemos até agora. Como vimos, o dízimo era
parte da lei do Velho Testamento, parte das ordenanças que Deus deu às
crianças de Israel através de Moisés. Conforme parece para mim, havia
dois dízimos. O primeiro dízimo seria para os levitas, enquanto o
segundo era usada pelo povo mesmo, em regozijo, diante do Senhor ou no
terceiro ano era colhido para os pobres e (novamente) para os levitas. O
dízimo é parte da lei e como tal ele pertence à mesma categoria como
sacrifícios animais e as muitas e várias regulamentações que esta lei
ditou. Nós também vimos que o Novo Testamento dá ênfase clara que a lei
com suas ordenanças foi abolida pelo sacrifício de nosso Senhor Jesus
Cristo. Por causa disto nós não estamos mais sacrificando animais hoje.
Se alguém pergunta por que nós não fazemos isto, nós corretamente
dizemos “porque isto é parte da lei mosaica e esta lei não tem mais
valor. Jesus Cristo, através de Seu sacrifício na cruz, aboliu em sua carne a inimizade, a lei dos mandamentos contidos nas ordenanças.
Nós não mais estamos sob a lei”. A mesma razão que nós usamos para não
sacrificar animais é também verdadeira para o dízimo. O dízimo era,
juntamente com o sacrifício animal, assim como outras ordenanças, parte
da lei mosaica. O que quer que seja válido para um é válido também para
o outro. A lei mosaica tornou-se obsoleta a aproximadamente 2.000 anos
atrás, com o sacrifício de Cristo. Junto a isto, os sacrifícios de
animais, o dízimo e as outras ordenanças da lei também se tornaram
obsoletas! Nós podemos aprender delas, mas isso não significa que elas
sejam para nossa aplicação direta. É portanto o dízimo bíblico? Sim, é.
Ele é bíblico como ele está na Bíblia. No entanto, o dízimo é
relevante e válido para o cristão? Aqui a resposta é não! O que é para
nossa aplicação direta em relação à doação é que nós vemos escrito no
Novo Testamento. E o que nós vimos lá não é dízimo e contribuintes, mas
doação alegre de coração, de acordo com a capacidade de cada um. Agora
vamos atentar para isto.
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