"PORTANTO, agora nenhuma
condenação há
para os que estão em Cristo Jesus"
(Romanos 8:1)
"Portanto,
agora nenhuma condenação há".
O oitavo capítulo da epístola aos
Romanos conclui a primeira seção desta
maravilhosa epístola. Sua palavra de
abertura é "Portanto", e pode ser vista de uma forma dupla.
Primeiro,
ela se conecta com tudo o que foi dito desde 3:21. Uma
inferência é agora
deduzida a partir de toda a discussão anterior, uma
inferência que era, de
fato, a grande conclusão que o apóstolo tinha em
vista por todo o seu
argumento. Porque Cristo foi estabelecido "propiciação
pela fé no seu sangue" (3:25); porque Ele "foi entregue, e ressuscitou
para nossa justificação"
(4:25); porque pela obediência de um, muitos (os crentes de
todas as eras)
serão "feitos justos", constituído assim,
legalmente, (5:19); porque
os crentes estão "mortos" (judicialmente) para o pecado"
(6:2),
porque estão "mortos" para a
condenação do poder da lei (7:4),
portanto, AGORA NENHUMA CONDENAÇÃO HÁ".
Mas não é só o "portanto" que deve ser visto como uma conclusão de toda a discussão anterior, também deve ser considerado como tendo uma estreita relação com o que o imediatamente precede. Na segunda metade de Romanos 7 o apóstolo havia descrito o conflito doloroso e incessante que é travado entre as naturezas antagônicas naquele que nasceu de novo, ilustrando isso por uma referência à sua própria experiência pessoal como um cristão. Tendo se retratado com um mestre da pena – sendo ele mesmo o modelo para o quadro – das lutas espirituais do filho de Deus, o apóstolo agora passa a dirigir a atenção para a consolação divina em uma condição tão angustiante e humilhante. A transição do tom desanimado do sétimo capítulo à linguagem triunfante do oitavo aparece surpreendente e abrupta; ainda é bastante lógico e natural. Se é verdade que para os santos de Deus pertence o conflito do pecado e da morte, sob cujo efeito eles choram, também é verdade que sua libertação da maldição e da condenação correspondente é uma vitória no qual eles se alegram. Um contraste muito marcante é, portanto, indicado.
Mas não é só o "portanto" que deve ser visto como uma conclusão de toda a discussão anterior, também deve ser considerado como tendo uma estreita relação com o que o imediatamente precede. Na segunda metade de Romanos 7 o apóstolo havia descrito o conflito doloroso e incessante que é travado entre as naturezas antagônicas naquele que nasceu de novo, ilustrando isso por uma referência à sua própria experiência pessoal como um cristão. Tendo se retratado com um mestre da pena – sendo ele mesmo o modelo para o quadro – das lutas espirituais do filho de Deus, o apóstolo agora passa a dirigir a atenção para a consolação divina em uma condição tão angustiante e humilhante. A transição do tom desanimado do sétimo capítulo à linguagem triunfante do oitavo aparece surpreendente e abrupta; ainda é bastante lógico e natural. Se é verdade que para os santos de Deus pertence o conflito do pecado e da morte, sob cujo efeito eles choram, também é verdade que sua libertação da maldição e da condenação correspondente é uma vitória no qual eles se alegram. Um contraste muito marcante é, portanto, indicado.
Na
segunda metade de Romanos 7 o apóstolo trata do poder do
pecado, que opera
nos crentes enquanto eles estão no mundo; nos versos de
abertura do capítulo
oito, ele fala da culpa do pecado do qual eles são
totalmente entregues no
momento em que são unidos ao Salvador pela fé.
Portanto, no versículo 7:24, o
apóstolo pergunta: "quem me livrará" do poder do
pecado, mas em 8:2
ele diz, "me livrou", ou seja, me tirou a culpa do pecado.
"Portanto, agora nenhuma condenação
há". Não é uma questão do
nosso
coração nos condenar (como em 1 João
3:21), nem de não encontrarmos nada que
seja digno; ao invés, é o fato mais
abençoado que Deus não condena o que
crê em
Cristo para a salvação de sua alma. Precisamos
distinguir claramente entre a
verdade subjetiva e objetiva; entre o que é judicial e o que
é experimental;
caso contrário, falharemos ao tirar de tais Escrituras, como
estas, o conforto
e a paz que elas se propõem a transmitir. Não
há nenhuma condenação para os que
estão em Cristo Jesus. "Em Cristo" é a
posição do crente diante de
Deus, não sua condição na carne. "Em
Adão" eu estava condenado
(Romanos 5:12), mas "em Cristo" estou para sempre livre de toda
condenação. "Portanto, agora nenhuma
condenação há". A
qualificação
"agora" implica que houve um tempo quando os cristãos, antes
de
crerem, que estavam sob condenação. Isto foi
antes de morrerem com Cristo,
morreram judicialmente (Gálatas 2:20) à pena da
justa lei de Deus. Este
"agora", então, distingue entre dois estados ou
condições. Por
natureza estávamos "debaixo da (sentença da)
lei", mas agora os
crentes estão "debaixo da graça" (Romanos 6:14).
Por natureza éramos
"filhos da ira" (Efésios 2:3), mas agora somos
"agradáveis a si
no Amado" (Efésios 1:6). Sob a primeira aliança
estávamos "em
Adão" (1 Coríntios 15:22), mas agora estamos "em
Cristo"
(Romanos 8:1). Como crentes em Cristo temos a vida eterna, e por isso
que
"não entraremos em condenação".
Condenação
é
uma palavra de tremenda importância, e quanto melhor a
entendermos mais
apreciaremos a maravilhosa graça que nos libertou de seu
poder.
Nos tribunais
dos homens este é um termo que cai com sentença
de medo
aos ouvidos do
criminoso condenado e enche os espectadores de tristeza e horror. Mas
no
tribunal da Justiça Divina é investido de um
significado
e conteúdo
infinitamente mais solene e inspirador. Nessa corte cada membro da
raça caída
de Adão é citado. "Em iniquidade formado, em
pecado
concebido", cada
um entra neste mundo em prisão - um criminoso indiciado, um
rebelde algemado.
Como, então, é possível
alguém escapar de
tal execução dessa sentença
tão
pavorosa? Havia apenas um caminho, e esse foi pela
remoção do que havia em nós,
do que provocou a sentença, ou seja, o pecado. Quando a
culpa
é removida então
haverá "nenhuma condenação". A culpa
é
removida, retirada, queremos
dizer, do pecador que crê? Deixe a Escritura responder: "Assim como está longe o
oriente do ocidente, assim afasta de
nós as nossas transgressões".
(Salmos 103:12). "Eu,
eu mesmo, sou
o que apago as tuas transgressões"
(Isaías 43:25).
"... lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados" (Isaías 38:17). "E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades" (Hebreus 10:17).
"... lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados" (Isaías 38:17). "E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades" (Hebreus 10:17).
Mas
como a
culpa poderia ser removida? Somente ela sendo transferida. A santidade
divina
não poderia ignorá-lo; mas a graça
divina pode e o transferiu. Os pecados dos
crentes foram transferidos para Cristo: "... o
SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos"
(Isaías 53:6).
"Àquele que
não conheceu pecado, o fez pecado
por nós;" (2 Coríntios 5:21).
"Portanto, nenhuma condenação
há". O "nenhuma" é enfático. Significa
que não há condenação
alguma. Nenhuma condenação da lei, ou por conta
de corrupção interna, ou porque
Satanás pode fundamentar alguma
acusação contra mim; não há
nada de qualquer
origem ou por qualquer motivo. "Nenhuma
condenação" significa que
nenhuma delas é possível; que nenhuma jamais vai
ser imputada. Não há
condenação, porque não há
acusação (ver 8:33), e não pode haver
nenhuma
acusação, porque não há
imputação do pecado (veja 4:8). "Portanto,
nenhuma
condenação há para os que
estão em Cristo Jesus".
Ao tratar do conflito entre as duas naturezas do crente, o apóstolo tinha, no capítulo anterior, falado de si mesmo em sua própria pessoa, a fim de mostrar que as maiores realizações na graça não isentam da guerra interna que ele descreve. Mas aqui, no versículo 8:1, o apóstolo muda o número. Ele não diz, nenhuma condenação há para mim, mas "para os que estão em Cristo Jesus". Esta foi a maior benevolência do Espírito Santo. O apóstolo tinha falado aqui no singular, devemos raciocinar que tal abençoada isenção estava bem ajustada a este honrado servo de Deus que apreciava tais privilégios maravilhosos; mas pode não se aplicar a nós. O Espírito de Deus, portanto, moveu o apóstolo a empregar o plural aqui, para mostrar que "nenhuma condenação" é verdadeiro para todos em Cristo Jesus. "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus". Estar em Cristo Jesus é ser perfeitamente identificado com Ele na avaliação judicial e nos procedimentos de Deus: e é também ser um com Ele como vitalmente estando unidos pela fé. Imunidade da condenação não depende de qualquer sabedoria sobre a nossa "caminhada", mas unicamente em nosso ser "em Cristo".
Ao tratar do conflito entre as duas naturezas do crente, o apóstolo tinha, no capítulo anterior, falado de si mesmo em sua própria pessoa, a fim de mostrar que as maiores realizações na graça não isentam da guerra interna que ele descreve. Mas aqui, no versículo 8:1, o apóstolo muda o número. Ele não diz, nenhuma condenação há para mim, mas "para os que estão em Cristo Jesus". Esta foi a maior benevolência do Espírito Santo. O apóstolo tinha falado aqui no singular, devemos raciocinar que tal abençoada isenção estava bem ajustada a este honrado servo de Deus que apreciava tais privilégios maravilhosos; mas pode não se aplicar a nós. O Espírito de Deus, portanto, moveu o apóstolo a empregar o plural aqui, para mostrar que "nenhuma condenação" é verdadeiro para todos em Cristo Jesus. "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus". Estar em Cristo Jesus é ser perfeitamente identificado com Ele na avaliação judicial e nos procedimentos de Deus: e é também ser um com Ele como vitalmente estando unidos pela fé. Imunidade da condenação não depende de qualquer sabedoria sobre a nossa "caminhada", mas unicamente em nosso ser "em Cristo".
"O
crente está em Cristo como Noé estava encerrado
na arca, com o
céu escuro acima e as águas ondulantes abaixo, e
nenhuma gota do dilúvio entrou
na sua arca, nenhuma rajada da tempestade perturbou a
serenidade do seu
espírito. O crente está em Cristo como
Jacó estava nas roupas do seu irmão mais
velho quando Isaque o beijou e o abençoou. Ele
está em Cristo como o pobre
homicida que foi para a cidade de refúgio, quando perseguido
pelo vingador do
sangue, e que não pode alcançá-lo para
matá-lo" (Dr. Winslow, 1857). E
porque ele está "em Cristo", portanto, nenhuma
condenação há para
ele. Aleluia!
Traduzido por Edimilson de Deus Teixeira
Fonte: Comfort for Christians de A.W. Pink (leia aqui a biografia do autor)
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